Descubra a influência do metaverso na arquitetura e na decoração
Por Beatriz Dilascio
03 agosto 2022
O metaverso é um termo que está sendo muito comentado ultimamente, tratando-se de uma terminologia que soma a realidade virtual, a realidade aumentada, a internet e o mundo real, ou seja, uma nova forma de conectar o mundo físico com o mundo virtual.
Tal conceito também acaba beneficiando os profissionais da arquitetura e da decoração, os quais podem criar projetos incríveis no mundo virtual. Dessa forma, esses profissionais têm a possibilidade de construir projetos exclusivos para colecionadores, fazer simulação de cenários, entre outras possibilidades.
Quer saber mais sobre esse mundo e todas as suas possibilidades? Veja a seguir!
O que é o metaverso?
Sua definição pode se dar como uma rede de mundos virtuais que tentam, ao máximo, replicar a realidade humana com maior foco na conexão social, para que, mesmo on-line, as pessoas ainda possam de fato se conectar.
Para garantir essa imersão de seus usuários, o metaverso utiliza tecnologias de realidades virtual e aumentada, que podem ser acessadas de algumas formas, como os óculos de realidade aumentada e as manoplas, conectados a computadores e, até mesmo, a smartphones.
Em um relatório apresentado pela empresa global Wunderman Thompson, o metaverso é definido de uma forma bem simples de entender: “o metaverso é um lugar onde nossas vidas físicas e digitais se convertem.”
A ideia para o metaverso é que ele dissolva cada vez mais as fronteiras que temos entre o físico e o virtual, assim como os avatares criados por seus usuários sejam uma extensão do nosso corpo.
O fundador do Roomkey (um mecanismo de metabusca de hotéis), Don Steim, arriscou dizer que, nos próximos 100 anos, a humanidade irá passar mais horas do seu dia como um avatar em um mundo virtual.
A forma mais simples de começar a entrar em contato com o metaverso é o universo dos games ⏤ em jogos como Grand Theft Auto (GTA), Minecraft e Fortnite ⏤, pois eles fornecem ferramentas para customização da experiência do usuário.
Qual a origem do metaverso?
Uma curiosidade muito interessante é que o conceito de metaverso foi visto pela primeira vez em um romance de ficção científica chamado Snow Crash. O nome surgiu a partir da junção das palavras “meta”, que significa em grego “além”, e “verso”, que significa universo, ou seja, “além do universo”.
No romance, os personagens utilizam avatares digitais para entrarem em um universo on-line e, na maioria das vezes, escaparem dos horrores da sua realidade antiutópica.
A realidade virtual como a conhecemos começou na década de 1990, na indústria dos games, com o lançamento de um headset de realidade virtual inédito, o Sega VR. Contudo, foi somente em 2021 que a realidade virtual com as redes sociais começou a ganhar força.
Isso aconteceu quando o Facebook anunciou que sua meta seria se tornar uma empresa de metaverso em até cinco anos. A partir desse momento, o termo metaverso ficou em alta; porém, muitas pessoas tiveram dúvida sobre esse conceito, já que ele ainda era algo desconhecido para muitos.
O papel dos arquitetos e dos designers na construção do metaverso
No metaverso, também é necessário projetar os ambientes, assim como na vida real, a diferença é que você pode deixar a sua criatividade aflorar, já que eles não precisarão ser construídos e, por isso, não precisam ser estruturalmente estáveis.
Nesse universo, o modelo de negócio também é alterado, uma vez que você pode mostrar o seu projeto para milhões de pessoas de uma única vez, o que é incrível para os profissionais da área, já que, em nossa realidade, muitos projetos ficam engavetados.
Nesse modelo, a parte artística é quem manda. Então, sabe aquele projeto “impossível” que você sempre sonhou em fazer? No metaverso, ele é possível!
Portanto, o papel do arquiteto e do designer é criar os espaços onde acontecerão as interações dos avatares. O metaverso também possibilita a venda do projeto, não só uma vez, mas sim diversas vezes, para empresas diferentes, sem precisar refazê-lo, já que o código já existe.
Além de construir os ativos digitais, como casas, edifícios e cidades para conseguir vender para jogos, filmes e outros ambientes virtuais, os arquitetos podem criar projetos exclusivos para os colecionadores de NFTs, executar simulações de cenários reais no mundo virtual, entre outras coisas.
A possível contribuição dos arquitetos e designers no metaverso
No metaverso, já existem casas, prédios, entre outros edifícios, mas quando falamos de arquitetos nesse universo, é possível conseguir um resultado muito mais completo, bonito e bem-pensado.
Nesse cenário, esses profissionais possuem técnicas que deixarão a composição do seu ambiente, tanto interna quanto externamente, muito bem-decorada e diferenciada, relacionando a estética e a funcionalidade.
Os designers irão deixar o seu espaço interno muito bem-harmonizado, com móveis, acessórios e objetos, com um planejamento pensado para as cores, os materiais e os acabamentos, para que o ambiente fique adequado ao seu uso.
Um ótimo exemplo é a empresa Zaha Hadid Architects (ZHA) (em inglês), escritório da renomada arquiteta Zaha Hadid, que criou uma pequena cidade virtual chamada “The Liberland Metaverse”. Assim que concluída, os usuários poderão comprar lotes e os acessar com seus avatares.
A cidade terá uma prefeitura, lojas, espaços para trabalho corporativo, incubadora de negócios e uma galeria de exposição de arte NFT. Ainda se propõe a incentivar a autogovernança, com menos regras e regulamentos.
Responsabilidade social do arquiteto no mundo virtual
Os arquitetos possuem como uma de suas premissas a responsabilidade social em seus projetos, já que é importante atender às necessidades de seus clientes de maneira individual e personalizada, além de sempre estar atento ao impacto social de seus projetos.
No metaverso isso não é diferente, pois, mesmo que ele não seja um espaço físico, cada usuário possui sua personalidade e sua cultura, as quais devem sempre ser respeitadas.
Dessa forma, existiriam metaversos particulares e característicos, possibilitando maior diversidade em um contexto cultural e social.
Como cobrar por projetos no metaverso?
Agora pode vir a dúvida: como vou ganhar dinheiro fazendo projetos no metaverso? Muitas pessoas podem achar que, por ser uma realidade virtual, você não conseguirá ganhar dinheiro trabalhando com ela, mas esse é um pensamento equivocado.
Os artistas que já estão no mundo virtual vendem seus projetos por meio dos NFTs, que são como tokens criptográficos que representam algo único. E esse tipo de venda é muito interessante para criar projetos exclusivos, principalmente para os colecionadores.
Você pode receber o dinheiro da venda de suas NFTs da forma que preferir, por Bitcoin, PIX, transferência bancária, entre outras formas, de acordo com o que você preferir.
Esses meios de pagamento, como NFTs e criptomoedas, estão sendo mais comuns do que se possa imaginar. No mercado imobiliário, por exemplo, já existem empresas como Tecnisa e Vitacon que já aceitam esse tipo de pagamento há alguns anos.
Aliar o conhecimento arquitetônico com a linguagem virtual
Na arquitetura, já é muito comum aliar o design computacional com o design paramétrico, design algoritmo, entre outros. Para isso, já existem alguns programas que permitem aos arquitetos projetar virtualmente antes de executar, como o AutoCAD e o BIM.
Entretanto, no metaverso, o projeto ficará somente no âmbito virtual e, por isso, alguns dos limites da construção civil podem ser deixados de lado. O projeto de arquitetura no mundo virtual deve apenas ser acessível aos seus usuários: os avatares do metaverso.
Dessa forma, os arquitetos podem aproveitar ao máximo todas as possibilidades que a tecnologia disponibiliza, para que eles consigam realizar bons projetos aliando os conhecimentos técnicos com a programação, a codificação ou mesmo a computação.
Por isso, é importante que o arquiteto entenda sobre big data, inteligência artificial (IA), realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR). É importante também aprender a programar para conseguir criar os seus projetos no mundo virtual. Para isso, uma das linguagens mais fáceis de aprender, porém que possui um alto nível, é o Python.
Geração Procedural de Conteúdo (PCG)
A Geração Procedural de Conteúdo é um método de criação de dados algorítmicos, feitos por uma combinação de ativos e algoritmos gerados por humanos. Quando falamos em sua utilização na computação gráfica, ela é muito utilizada para criar modelos 3D e texturas, principalmente em filmes e videogames.
Os arquitetos podem utilizar da Geração Procedural de Conteúdo no metaverso para realizar os seus projetos, assim suas modelagens e suas texturas utilizadas nos ambientes terão uma ótima visualização para os usuários.
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