Como a mobilidade urbana influencia sua qualidade de vida
Por Lucas Vogan
28 janeiro 2019
Bicicletas compartilhadas, patinetes elétricos, aplicativos de carona, essas e outras formas de se locomover podem facilitar a vida daqueles que estiverem dispostos a experimentar.
Ganhe tempo, ganhe qualidade de vida, mude a forma de se mover.
O tempo passa a cada momento, o tempo não para, mas se você vive em São Paulo talvez esteja acostumado a parar. Talvez esteja acostumado a permanecer imóvel, por longos períodos, estagnado em um trânsito quilométrico, onde a única coisa que corre é o tempo.
O maior polo comercial e cultural da América Latina, São Paulo evoluiu rapidamente, em 1872 contava com 30 mil moradores, hoje possui mais de 12 milhões.
12 milhões de pessoas, com suas vidas para viver, problemas para resolver, lugares para conhecer, trajetos para percorrer. Certamente esse volume de agentes se deslocando criariam um desafio para a mobilidade urbana.
Pesquisas indicam que o paulistano gasta, em média, mais de 10% do seu dia no trânsito, quase 1 mês e meio de sua vida entre carros, a cada ano.
Mas para todo o problema existe a possibilidade de uma solução, e assim novas alternativas de transporte surgem na maior metrópole brasileira.
Bicicletas Compartilhadas
Buscando a economia de tempo aliada à melhoria da saúde, as bicicletas compartilhadas chegaram à cidade e temos algumas opções disponíveis.
A Yellow apresenta um novo modelo de uso, o sistema Dockless, você pode encontrar as bicicletas espalhadas em diversos pontos da cidade, o aplicativo indicará as mais próximas, usá-las até onde deseja, encerrar a corrida e deixar a bicicleta ali mesmo, em um local que não atrapalhe o trânsito nem a circulação de pedestres, desde que esteja dentro da área de atuação da empresa.
As bikes da Yellow foram pensadas para viagens curtas, não possuem trocas de marchas.
As bicicletas do Itaú e do Bradesco, as já famosas laranjinhas e vermelhinhas, são outra opção para aqueles que buscam pedalar. Essas bikes são mais indicadas para aqueles que forem enfrentar subidas mais íngremes, pois possuem marchas. Ambas contam com estações fixas, para serem retiradas e devolvidas.
Porém, ainda são poucas as ciclovias e, entre as existentes, muitas são inadequadas. Entenda um pouco mais sobre a questão das bicicletas compartilhadas no Brasil.
Patinetes Elétricos
Aqueles que buscam mais diversão, que desejam andar em um veículo motorizado nas ruas a 30 km/h, nas ciclovias a 20 km/h ou até 6 km/h nas calçadas, talvez se encontrem no meio de transporte que chegou recentemente ao Brasil, o patinete elétrico.
Uma opção atrativa também para aqueles com pouca habilidade na bicicleta e para quem encontra dificuldade em pedalar quando veste vestido, saia ou roupas sociais.
Algumas empresas que ofertam esse serviço são a Scoo, a Yellow e a Grin. Somente a Scoo disponibiliza capacete em suas viagens.
Carros Compartilhados
Ao parar e observar o congestionamento paulistano podemos perceber que a maioria dos carros estão apenas com uma ou duas pessoas. Se houvesse uma forma de juntar as pessoas que estão indo para o mesmo lugar, o número de carros na rua certamente diminuiria, não é mesmo?
Felizmente ferramentas foram criadas para unir pessoas em seus trajetos, diminuindo o trânsito e promovendo economia para aqueles que viajarem juntos.
O novo modelo de viagem do Uber, o Uber Juntos, busca combinar a rota daqueles com trajetos parecidos de maneira otimizada. Na maioria das vezes será necessário que o passageiro desloque-se até um ponto de encontro próximo, para que o motorista não dê voltas desnecessárias.
A viagem compartilhada com outros passageiros custa menos, porém costuma demorar mais que uma corrida exclusiva.
Junto nessa onda, o Waze lançou seu aplicativo de caronas compartilhadas, o Waze Carpool. Nessa ferramenta você cria seu perfil, define onde mora, seu local de trabalho, horário de deslocamento e se está procurando ou oferecendo carona, o app lhe mostrará pessoas com o mesmo trajeto e você poderá selecionar com quem deseja ir junto.
Apesar dessas informações pré-definidas, nada impede que você utilize o serviço em uma rota diferente, como uma viagem para a praia, por exemplo.
Visando uma maior segurança você pode filtrar os usuários, pegar carona apenas com pessoas do mesmo gênero ou que trabalhem na mesma empresa.
Os valores costumam ser baixos, a ideia da ferramenta é ser um compartilhamento de custos, não uma forma de lucrar, justamente por isso o usuário pode conceder apenas duas caronas por dia. Todas as transações monetárias são feitas através do aplicativo.
Com uma proposta semelhante existe no Brasil, desde 2015, o app BlaBlaCar, um meio de compartilhar os custos da viagem oferecendo carona, a diferença é que este se concentra apenas no deslocamento de uma cidade para outra.
O próprio aplicativo sugere um valor pela viagem, que normalmente é inferior à passagem de ônibus, mas cabe ao dono do carro aceitar, ficando livre para oferecer um preço maior ou menor.
Para ser membro é preciso se cadastrar usando o perfil do Facebook, o qual terá a identidade confirmada pela equipe do app. Conforme o viajante utilize o serviço receberá reviews, importante para criar confiança.
O símbolo “Só Para Elas” identifica motoristas que levam apenas outras mulheres.
O usuário pode se identificar como “Bla”, “Blabla”, ou “Blablabla”, referente à sua vontade de conversar durante a viagem.
Metrô, o meio de transporte preferido do paulistano
Nem sempre para melhorar um problema é preciso criar algo novo, às vezes, explorar o que já existe pode ser o caminho, e, às vezes, esse caminho pode ser subterrâneo. O metrô foi eleito pela quarta vez consecutiva como o melhor meio de transporte pelo paulistano, quem mora próximo a alguma estação relata facilidade e rapidez no deslocamento.
Isso faz com que as pessoas procurem, cada vez mais, empreendimentos próximos ao metro, como o Downtown Nova República.
Buscando levar mais pessoas para perto do metrô, a prefeitura instaurou políticas que facilitam a construção de grandes estruturas perto das estações, com o objetivo de diminuir o trânsito e agilizar a vida do paulistano.
Uma nova perspectiva
Mas e se adotássemos uma estratégia diferente para driblar o problema? E se ao invés de nos deslocarmos da nossa casa até o trabalho todo dia, deslocássemos nossa casa para perto do trabalho?
Foi o que fez o gerente de projetos de tecnologia Alex Fonseca, de 42 anos, quando conseguiu um emprego na Vila Olímpia se mudou do Butantã para morar perto do trabalho. Alex afirma que o aluguel na Vila Olímpia é mais caro, mas que a economia com o carro e o ganho de tempo fez tudo valer a pena.
“Eu ganho por hora trabalhada. Morando perto do trabalho, tenho mais horas disponíveis, posso trabalhar mais porque perco menos tempo no trânsito. E a vida é melhor. Faço caminhada, ando de bicicleta”, afirmou ele, enquanto voltava para casa a pé. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Concluindo
Na correria do dia a dia às vezes ligamos o piloto automático, fazemos sempre as coisas da mesma forma, não paramos para analisar novas possibilidades.
Quando se trata de deslocamento na cidade de São Paulo, pense em rever suas opções, existem novas formas, e até mesmo antigas, que valem a pena ser consideradas.
Mudar a forma de se mover pode proporcionar uma economia de tempo, de dinheiro, uma melhoria na saúde, uma diversão, uma oportunidade de conhecer pessoas novas, de fazer novas amizades. Olhe para o lado. Desligue o piloto automático.
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