Biomimética – aprender com a natureza pode ser a melhor escolha para o futuro
Por Lucas Vogan
13 abril 2020
A biomimética é a ciência que se inspira na natureza. Por meio dela o ser humano passou a estudar os princípios criativos e as estratégias utilizadas pela natureza há mais de três bilhões de anos para se autossustentar de forma eficiente e apropriada.
A ideia é que a biomimética sirva de exemplo para que a humanidade crie soluções funcionais e, ao mesmo tempo, estéticas para seus problemas. Nos estudos dessa área, a natureza é a inspiração fundamental do ser humano e, por isso, não deve ser domesticada, mas consultada.
Pode parecer que não, mas, assim como se aplica à química, à biologia, à medicina e à agricultura, a biomimética tem tudo a ver com a arquitetura e seus desdobramentos. Os organismos naturais, por exemplo, adaptam a forma à função, otimizam o uso de suas propriedades e, de quebra, reciclam para evitar o desperdício.
Com base na biomimética, o ser humano tem produzido novos materiais, gerado energia limpa e criado instrumentos e recursos que podem mudar a visão de mundo no futuro.
Um bom exemplo de como a biomimética pode afetar a arquitetura no futuro é a substituição do ar-condicionado por uma rede de câmaras e passagens similar à utilizada pelos cupins para resfriar suas moradias. O Eastgate Center, edifício projetado pelo arquiteto Mick Pearce localizado no Zimbábue, utiliza exatamente essa estratégia para manter uma temperatura sempre agradável aos visitantes.
A biomimética está tão implícita na arquitetura que um olhar leigo pode pensar que as grandes construções que apresentam formas orgânicas estão apenas se preocupando com a estética, quando, na verdade, existe todo um projeto para fazer daquela uma edificação sustentável e menos agressiva ao meio ambiente.
Para as Olimpíadas de Pequim, em 2008, a China construiu ginásios e arenas biomiméticos que ficarão marcados para sempre na história. O Cubo D’Água, que remete ao fundo do mar, e o Estádio Nacional, que parece um ninho, vão além da beleza estética para proporcionar um pacote completo de sustentabilidade a longo prazo.
No Cubo D’Água, as bolhas de plástico que envolvem a construção funcionam como células vegetais, permitindo maior passagem de luz e de calor, o que diminui em 30% a energia que seria utilizada para iluminar e aquecer o ambiente.
Já no Estádio Nacional, seu emaranhado de ferros parece não fazer sentido. No entanto, o envoltório metálico confere leveza e estabilidade ao projeto, assim como os pássaros protegem seus ninhos com finos galhos.
Esses e muitos outros projetos arquitetônicos utilizam a biomimética. E você, já pensou em aplicar essa ciência em algum aspecto da sua vida? Deixe seu comentário!
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