Economia criativa renova o centro de São Paulo
Por Lucas Vogan
27 fevereiro 2020
O centro de São Paulo foi a região mais importante da cidade até 1970. Aos poucos, porém, o até então centro cultural e financeiro da cidade foi perdendo o seu prestígio para outras regiões, como a Avenida Paulista e a Avenida Brigadeiro Faria Lima, e ficando cada vez mais decadente.
No entanto, essa realidade está mudando novamente, pois na última década o centro de São Paulo começou a sediar cada vez mais empreendimentos baseados na cultura criativa e passou a receber os olhares daqueles que buscam experiências culturais.
O que é economia criativa?
É muito difícil definir com exatidão esse termo, por se tratar de um assunto muito subjetivo. Em sua essência, a economia criativa é a produção de valor por meio da criatividade.
O termo teve origem em 2001, quando o autor John Howkins publicou o livro Economia Criativa: como ganhar dinheiro com ideias criativas, introduzindo uma nova forma de produção de valor, a criatividade, além dos fatores de produção convencionais: terra, trabalho e capital físico.
O governo australiano, buscando promover a economia criativa, passou a apoiar 13 setores baseados no capital intelectual e na criatividade. São eles:
- Design
- Arquitetura
- Moda
- Publicidade
- Editorial
- Audiovisual
- Patrimônio e artes
- Música
- Artes cênicas
- Expressões culturais
- Pesquisa e desenvolvimento
- Biotecnologia
- Tecnologias da informação e comunicação (TIC)
Muitos, ao contrário, acreditam que a economia criativa vai além disso e pode ser empregada em qualquer área, como um restaurante que atrai por sua decoração diferenciada, ou uma casa de festas que se destaca por sua temática inédita.
São Paulo é o epicentro brasileiro da economia criativa, setor que já se provou muito rentável. Uma pesquisa realizada pela Prefeitura de São Paulo aponta que esse setor movimenta cerca de R$ 40 bilhões por ano.
A renovação do centro
A região central de São Paulo destaca-se pela constante abertura de novos empreendimentos baseados na economia criativa, como escritórios de arquitetura e moda, espaços de coworking e casas de festas, como as já famosas baladas oriundas da rua Augusta e o Tokyo, um edifício inteiro dedicado à cultura urbana japonesa, com restaurantes, bares, espaços para caraoquê e festas.
A região também apresenta restaurantes que oferecem uma mistura de experiência gastronômica e cultural, como o Bar da Dona Onça, o Esther Rooftop, do chef Olivier Anquier, e A Casa do Porco, que possui uma estrela Michelin.
Espaços culturais também já são um ponto marcante do centro, como o Sesc 24 de Maio, o Teatro Porto Seguro, o Centro Cultural Banco do Brasil, a Caixa Cultural, o Red Bull Station e o Farol Santander.
A transformação da região e toda a infraestrutura de transporte público acabam atraindo cada vez mais o público jovem e as pessoas que dispensam o uso de carros. Esse movimento gerou uma renovação dos residentes, anteriormente um público majoritariamente mais velho.
Essa renovação também se refletiu no mercado imobiliário, que há algum tempo não olhava para o centro paulista, mas agora identificou um crescimento que impulsionou ainda mais a renovação da região, com novos empreendimentos surgindo para substituir construções antigas. Um exemplo dessa renovação imobiliária é o Downtown Nova República, com apartamentos focados no público conectado com a agitação urbana.
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