Conheça o premiado Plano Diretor de São Paulo
Por Lucas Vogan
07 maio 2019
O Plano Diretor Estratégico de São Paulo, sancionado em 2014, vai guiar os passos da cidade até 2029 e atraiu olhares da comunidade internacional.
No dia 5 de janeiro de 2017, o Plano Diretor de São Paulo foi eleito como um dos ganhadores de um concurso realizado pela ONU Habitat.
Disputando com mais de 140 candidaturas o plano paulista se destacou pelo seu propósito de tornar a cidade mais humana, promover transportes alternativos ao carro, aumentar as áreas verdes e se preocupar com a população de baixa renda.
Mas talvez você esteja se perguntando.
O que é o Plano Diretor de uma cidade?
O Plano Diretor é um meio de orientar a atuação do poder público e da iniciativa privada, obrigatório para toda cidade com mais de 20 mil habitantes.
Você já se perguntou porque Nova York tem prédios com mais de 500 metros e São Paulo não? Isso é por causa do Plano Diretor deles.
O Plano Diretor define como a cidade deve crescer e as direções que deve seguir.
O novo Plano Diretor de São Paulo quer uma cidade mais igualitária, com mais natureza e menos carros.
Veja a seguir os 4 principais pontos para realizar esse objetivo:
1. Aproximar as pessoas e o transporte público
A construção de prédios cada vez mais altos se espalhou pela cidade, mas agora existem novas regras para controlar essa verticalização urbana.
No interior dos bairros, novos prédios serão limitados a terem no máximo 8 andares.
Já em locais próximos a eixos de transporte, como estação de metrô e faixas exclusivas de ônibus, os prédios poderão ter uma altura quatro vezes maior do que o terreno que ocupam.
Essa estratégia é implantada para trazer cada vez mais moradores para locais que permitam um fácil acesso ao transporte público. Uma tentativa de inverter a situação atual, em que grande parte da população vive nas periferias, longe dos eixos de transporte.
Também para promover a ocupação dessas áreas, imóveis ociosos ou subutilizados, próximos a infraestruturas de transporte público, terão IPTU mais caro para estimular os proprietários a mudar sua situação.
2. Desestimular o uso do carro
Anteriormente, ao construir empreendimentos comerciais ou residenciais era necessário construir também uma quantidade mínima de vagas para carros.
Agora isso mudou, novos empreendimentos imobiliários que estejam sendo construídos próximos à estações de metrô e faixas de ônibus, não possuem mais a obrigatoriedade da construção de vagas para carros.
Inclusive o plano desestimula o grande número de vagas em condomínios, já que se você mora perto do metrô, teoricamente, o carro deixa de ser tão importante.
As diretrizes também buscam estimular os meios de transporte alternativos, como bicicletas, para complementar o transporte público. Um claro reflexo dessa política é o aumento das ciclovias em São Paulo.
3. Aumentar a área verde paulistana
Uma cidade mais verde, com mais parques e com a população mais engajada nos espaços públicos, esse é o objetivo para o futuro.
De acordo com o Plano Diretor, novos 164 parques públicos serão criados, quase dobrando a área verde de São Paulo. De 42 km² para 82 km².
Para viabilizar esse plano está prevista a criação de um Fundo Municipal de Parques, alimentado por recursos públicos e privados, que serão destinados à obtenção das áreas para a construção dos parques.
Dentre os novos parques que serão criados, certamente o que gera mais expectativa é a transformação do minhocão em um parque suspenso. Veja como será feito.
Além disso haverá a demarcação da zona rural paulistana, no extremo sul do município. Uma área verde que constitui 25% do território da cidade.
Um espaço que terá uma concepção multifuncional, com paisagens remanescentes da Mata Atlântica, produção de alimentos, manutenção da biodiversidade e que também trará opções de lazer.
4. Moradia para a população de baixa renda
O Plano Diretor de São Paulo pensa em uma cidade com espaço para todos, por isso se mobiliza para incluir os habitantes de renda mais baixa.
Para isso, as Zonas Especiais de Interesse Social, espaços onde são construídas moradias populares, terão um aumento de 117%.
Essas Zonas Especiais serão criadas em áreas centrais da cidade, justamente para integrar a população. Alguns locais reservados para essa iniciativa ficam nos bairros Santa Efigênia, Brás, Bela Vista e Jabaquara.
Para gerar um impulso financeiro que contribua para a construção dessas habitações populares, foi instituída uma cota de solidariedade.
Com essa cota os empreendimentos acima de 20.000 m² deverão realizar uma contribuição de um valor referente à 10% do terreno utilizado, para ser utilizado na construção dessas moradias.
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