A evolução da Avenida Paulista
Por Lucas Vogan
01 junho 2019
Anteriormente vimos como a Avenida Paulista nasceu, pelas mãos de um uruguaio.
Hoje vamos contar como ela cresceu e se tornou a avenida mais importante da América Latina.
No início ela tinha um caráter exclusivamente residencial e elitista.
A ideia da Avenida Paulista era criar um lugar tranquilo, onde os mais ricos do país pudessem construir seus casarões.
E assim aconteceu, aos poucos a avenida foi sendo ocupada pelas mais belas construções que a capital já tinha visto.
Primeiro vieram as construções dos grandes agricultores, depois os industrialistas se tornaram os mais ricos e construíram suas moradias na Paulista.
O mais famoso deles foi Francesco Matarazzo, imigrante italiano que perdeu tudo na chegada e posteriormente se tornou o 5º homem mais rico do mundo, ficou conhecido como fabricador de fábricas.
A mansão Matarazzo se tornou um ponto turístico da cidade, pessoas se aglomeravam no portão para ver a casa. Hoje no local fica o Shopping Cidade São Paulo.
A avenida foi se tornando um centro de eventos da cidade. Lá eram realizados corridas de charretes, velórios e os grandes carnavais de rua dos anos 20 e 30.
Em 1909 a Avenida Paulista se tornou a primeira via pública asfaltada da capital paulista, com materiais importados da Alemanha.
Em 1952 o caráter exclusivamente residencial da Paulista mudou. Uma nova lei permitiu a construção de hospitais, escolas e órgãos de comunicação no local.
Em 1962 a mudança veio de vez, outra mudança na legislação permitiu a construção de empreendimentos comerciais.
Foi aí que os grandes espigões da avenida, aqueles prédios comerciais com mais de 30 andares, começaram a aparecer.
A Avenida Paulista sempre foi um símbolo de poder e riqueza, por isso os mais ricos queriam construir lá. Então, seguindo a tendência, e o dinheiro, grandes bancos migraram seus centros de decisão para a avenida.
Um local residencial, comercial e também cultural
Desde o início, a Avenida Paulista foi um ponto para a manifestação da cultura paulistana e isso nunca mudou, pelo contrário, se intensificou.
O maior marco cultural da avenida certamente é o MASP, Museu de Arte de São Paulo , inaugurado em 1947.
Mas a população sempre usou o local como um palco próprio.
Seja para eventos de comemoração, como a virada do ano.
Seja para se expressar politicamente, como as diversas manifestações que ocorrem.
Seja para uma mistura dos dois, como é o caso da parada gay.
Um crime contra o patrimônio cultural
Em 1985 aconteceu algo que muitos consideram o maior crime que já aconteceu contra a cultura da cidade.
Todos queriam construir na Avenida Paulista e por isso o valor do m² disparou.
Mas ela ainda estava repleta dos antigos casarões. Muitos consideravam que eles possuíam um valor cultural inestimável e deveriam ser tombados.
Por isso, quando eles estavam para ser tombados, os donos, que tinham o interesse de vender o terreno por preço altíssimos, destruíram suas mansões, na calada da noite, para impedir o tombamento.
Alguns consideram um crime o que ocorreu, outro acham que a Avenida Paulista não seria a mesma coisa se o espaço para o novo não tivesse sido aberto.
Da elite para todos
A avenida das elites se tornou a avenida de todos. Basta andar na Paulista hoje, em nenhum outro lugar do Brasil é possível encontrar um público tão eclético.
Engravatados, artista de rua, estudantes, jovens, velhos, brasileiros, imigrantes, humanos e animais.
A única exceção fica por parte dos carros, durante os domingos, já que nesse período a Avenida Paulista fica exclusiva para os pedestre, que dominam a rua para ver as feirinhas que aparecem, os shows gratuitos ou apenas para passear com seu cachorro.
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