Carros autônomos – O que esperar do futuro?

Carros autônomos – O que esperar do futuro?
Lucas Vogan

Por Lucas Vogan

10 janeiro 2020

Embora pareça tema de filme de ficção, a realidade dos carros autônomos corresponde a um futuro cada vez mais próximo. Veículos sem motorista que transportam pessoas e mercadorias serão, portanto, bem reais.

A tecnologia que utiliza radares e sensores para avaliar o entorno e decidir como o veículo deve ser conduzido começou sendo utilizada apenas em carros testes, mas hoje já é implementada em carros produzidos em larga escala.

Além dos sensores, os carros autônomos conseguirão se comunicar entre si por meio do celular do passageiro ou dos sinais que eles próprios emitem.

Por meio desses sinais eles identificam a posição uns dos outros antes mesmo de estarem no campo de visão, além de saberem o caminho que seguirão, possibilitando que as rotas sejam calculadas em conjunto, criando um trânsito muito mais harmônico e seguro.

Muitas montadoras e empresas de tecnologia, como Google e Baidu, estão entrando nessa jogada. 

primeiro protótipo de carro autônomo do Google.
Foto do primeiro protótipo do Google. Fonte: Pinterest

Os carros que mais se destacam nesse segmento são os da montadora Tesla, que já possuem boa autonomia, a qual ainda não pode ser completamente ativada por questões legislativas. A empresa, porém, promete que, quando as leis mudarem, bastará baixar uma atualização para que seus carros viagem de forma autônoma.

Tesla Model X
Tesla Model X, modelo que revolucionou o mercado. Fonte: Pinterest

A Tesla planeja produzir o Tesla Pod, uma base automotiva em que a cabine pode ser trocada de acordo com o uso e o espaço de que se necessita no momento.

Tesla Pod
Fonte: Pinterest

Além da Tesla, outras companhias automotivas, como Volvo, Audi e Honda, já produzem carros com sistemas autônomos similares.

6 níveis de autonomia

A Associação de Engenheiros Automotivos Internacional definiu seis níveis de classificação da automação dos carros. O sistema avalia a necessidade de intervenção humana, sendo o nível 5 aquele que dispensa qualquer intervenção, e o nível 0 aquele que indica total dependência do condutor.

Nível 0 

Primeiro modelo de carro

São os carros sem qualquer automação, que dependem 100% da autonomia do motorista. Mesmo os carros com sistemas que avisam a necessidade de frear ou objeto no ponto cego se enquadram no nível 0.

Nível 1

mini cooper

Neste nível entram os carros com direção assistida, como sistemas que seguem o carro da frente ou auxiliam no estacionamento. Começamos a chegar nesse nível em 2007, quando foi lançado o cruise control.

Nível 2

tesla model 3

Neste nível o carro toma mais decisões, pode dirigir sozinho parte do tempo, decide sozinho quando frear ou acelerar, mas o motorista ainda precisa permanecer atento à rua e com as mãos no volante, pois o sistema ainda não interpreta muitas situações corretamente.

Nível 3

mulher lendo em um Volvo autônomo
Fonte: Pinterest

Agora você não precisa mais ficar atento o tempo inteiro, pode até relaxar e ver um filme enquanto o carro dirige para você. O motorista ainda precisa ficar disponível para tomar o controle em situações de emergência.

Neste nível estão os carros com os sensores LIDAR, que  conseguem fazer uma leitura muito mais detalhada do ambiente por meio de sinais luminosos.

Nível 4

Carro de teste, com sensor LIDAR
Fonte: Pinterest

Neste nível você pode até pular para o banco de trás e dar aquela dormidinha, pois o carro já consegue finalizar a viagem e estacionar sem a interferência do motorista. O carro, porém, ainda não é capaz de lidar com todas as situações de emergência, por isso, caso apareça uma que ele não consiga resolver, o motorista deve estar apto a assumir o volante.

Nível 5

Pessoas conversando em um carro, como se estivessem em uma sala
Sem a necessidade de uma direção, os carros passarão a parecer salas. Fonte: Pinterest

Aqui temos um carro completamente autônomo, cujo usuário poderá ser até mesmo alguém não capacitado a dirigir. Os veículos não terão direção ou pedais, e a ideia é que todos os carros dirijam sozinhos, de preferência em uma pista especial.

Os carros mais avançados, hoje, estão entre os níveis 2 e 3.

Regularização dos carros autônomos

Mesmo que já tenhamos a tecnologia de nível 3, as regularizações impedem que seu uso seja implementado e exigem que o motorista permaneça com as mãos no volante durante toda a viagem.

Muitas questões surgem quando o assunto é legislar sobre carros autônomos: em caso de acidente, quem deverá ser responsabilizado? O dono do carro, o fabricante ou o governo? 

Em muitos países o poder legislativo já avalia como criar leis para enquadrar esse futuro com carros autônomos na legislação.

E essa é uma realidade mais próxima do que parece, o Colorado já aprovou a sua primeira lei para dar início a essa regularização dos carros autônomos. 

No Brasil, pouco se fala do assunto e ainda não existe nenhuma lei para a sua regulamentação.

Outro obstáculo no Brasil é a infraestrutura, considerando que os carros autônomos mais avançados funcionam muito bem em ruas bem sinalizadas, com um bom sinal de GPS e internet.

Em regiões mais afastadas, com sinal de internet e GPS ruins, ruas sem faixas pintadas ou estradas de terra, a situação é mais complicada e é necessário um motorista assumir o volante.

Carros autônomos que já existem

Hoje, comprando os carros com a tecnologia mais avançada, você já pode relaxar na estrada deixando o carro acelerar, desacelerar e manter você na faixa de maneira independente, desde que você mantenha as mãos no volante.

Os movimentos de frear e acelerar, comuns nos grandes engarrafamentos metropolitanos, também podem ser feitos pelos carros autônomos de hoje.

Algumas empresas, como a Ford,  já começaram a testar serviços de entrega autônomos.

Outras empresas, como a Uber, já procuram implementar serviços de carros que levam passageiros sem a necessidade de um motorista.

carro de teste do Uber
Fonte: Pinterest

Um olhar para o futuro com carros autônomos

Os carros são, em sua maioria, autônomos; o tempo de deslocamento deixou de ser ocioso; a atenção não precisa estar na direção, pode ser direcionada para outras atividades. 

As cidades descentralizaram-se, não existe mais a necessidade de vivermos amontoados em centros urbanos, as pessoas passaram a morar mais afastadas.

O tempo de deslocamento passou a ser utilizado para o trabalho ou o lazer, as pessoas não se importam mais com o fato de ficar muito tempo no trânsito.

Aliás, o que é mesmo trânsito? Ele quase não existe. Os carros inteligentes comunicam-se e deslocam-se em harmonia, não são mais necessários semáforos ou radares com limites de velocidade.

Acidentes de trânsito? Muito raros, quando acontecem normalmente são causados por pessoas que insistem em dirigir com as próprias mãos. Mas isso também é cada vez mais raro, visto que a maioria das ruas e estradas permitem apenas a circulação de carros dirigindo de modo autônomo. 

São poucas as pessoas que possuem carros, as que ainda compram carros são aquelas que o fazem como investimento, para colocá-los nas ruas para transportar passageiros, ou então são pessoas muito ricas, que querem um veículo com luxos que não estão disponíveis nos modelos que circulam nos serviços de transporte.

Conceito de Uber do futuro
Fonte: Pinterest

São raras as moradias que ainda possuem estacionamento. Esse fator, somado à descentralização da cidade, que levou as pessoas a morar em terrenos mais baratos, tornou os imóveis mais acessíveis e maiores.

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Lucas Vogan
Conteúdo criado por:Lucas Vogan
Natural de Porto Alegre. Artificial de São Paulo. “O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano.”

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