Descubra o que é movimento pendular e entenda como a pandemia interfere nesse fenômeno

Você sabe o que é movimento pendular?

Todos os dias, grande parte da população se prepara para encarar o transporte público, com o objetivo de chegar ao trabalho e exercer seu ofício. Muitas vezes, essa movimentação ocorre de uma cidade para outra, e o fenômeno que explica essa situação é o chamado movimento pendular.

Você sabe o que é movimento pendular? Entenda, a seguir, o que é e como funciona esse conceito demográfico.

O movimento pendular é resultado das transformações sociais, políticas e econômicas a partir das quais se dá a organização da sociedade no espaço.

Trata-se de uma expressão da mobilidade cotidiana, típica das grandes metrópoles mundiais, como São Paulo.

O movimento pendular é a movimentação da população que está nas chamadas cidades-dormitórios para trabalhar nos grandes centros, ou seja, é o deslocamento realizado por muitas pessoas que viajam para outra cidade para trabalhar diariamente e voltam ao seu município no final do dia para dormir.

Nas primeiras horas da noite, o movimento é inverso: ao término dos expedientes de trabalho, as pessoas saem dos grandes centros e vão em direção às cidades-dormitórios para descansar.

Sendo um forte objeto de estudo de diversas instituições e universidades, o movimento pendular tem sua intensidade calculada e utilizada para determinar como as cidades se relacionam, dada a sua relevância para os estudos demográficos, urbanos e regionais.

Durante a quarentena, realizada com o objetivo de amenizar os riscos de contágio pelo coronavírus, o movimento pendular sofreu algumas reduções notáveis.

De acordo com dados coletados pelo Google, por meio da geolocalização dos smartphones de usuários que ativaram essa função, após a adoção da quarentena, os deslocamentos de casa para o local de trabalho caíram 37% no estado de São Paulo, enquanto a média nacional desse tipo de deslocamento foi de 34%.

O estado de São Paulo ficou atrás somente de Santa Catarina, estado que registrou a maior queda, com uma diminuição de 40%.

A queda nos deslocamentos de casa para o local de trabalho ocorre por causa da adoção do home office, já que algumas empresas permitiram que os trabalhadores realizassem seu trabalho de forma remota.

Entretanto, apesar da redução, também foi registrado um sutil aumento nos deslocamentos para o trabalho no final de março, o que denota o afrouxamento do isolamento social, hoje em dia está cada vez mais frequente – ainda que a pandemia não tenha chegado ao fim.

Além disso, o trabalho home office também chegou para as pessoas redescobrirem os espaços e também para trazer novas possibilidades para o futuro: afinal, atualmente, as empresas estão mais dispostas a adotar o modelo de trabalho remoto.

Com isso, a parcela da população que se vê autorizada a trabalhar remotamente, e que antes realizava o movimento pendular diariamente, tem a possibilidade de morar em cidades vizinhas, em um imóvel melhor e mais barato, sem ter de gastar muito tempo no deslocamento para ir ao trabalho todos os dias.

De acordo com a pesquisa “Covid-19 Consumer Survey”, realizada pelo IBM Institute for Business Value (IBV), o trabalho remoto agradou à grande maioria dos profissionais brasileiros.

No site do instituto é possível visualizar os resultados da pesquisa em cada país. Confira os resultados do Brasil. Fonte: IBM Institute for Business Value

Realizada em agosto, com 14.500 pessoas em oito países (Alemanha, Brasil, China, Espanha, Estados Unidos, Índia, México e Reino Unido), a pesquisa apontou que, entre os brasileiros, 52% desejam continuar trabalhando em casa ou preferem um modelo mais flexível, com idas ocasionais ao local de trabalho e alguns dias de home office.

25% afirmaram que desejam voltar ao escritório, mas ainda preferem trabalhar de casa ocasionalmente. Enquanto apenas 10% querem voltar a trabalhar presencialmente, todos os dias, no escritório. Representam 13% aqueles que não têm preferência sobre o local de trabalho.

No Brasil, o movimento pendular está diretamente relacionado às diferentes formas de apropriação do espaço urbano e regional, ou seja,  ao modo como a população se expressa e ocupa esses espaços.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56% da população brasileira, cerca de 107 milhões de pessoas, vivem em conglomerados urbanos e, consequentemente, ainda existem milhares de pessoas que necessitam se deslocar em massa, por mais de duas horas, em média, nessa jornada de ida e volta, para trabalhar.  

E o movimento pendular não acontece somente por meio de metrô e ônibus. Em meio à retomada das atividades, que haviam sido interrompidas por causa da pandemia do coronavírus, o uso das bicicletas como meio de transporte  tornou-se uma boa alternativa para evitar as aglomerações nos ônibus e nos metrôs.

De acordo com dados registrados pelo aplicativo Strava, somente na cidade de São Paulo, houve um crescimento de 31% no tráfego de bicicletas no último mês, que ainda apontou um aumento de até 248% na ciclovia da Av. Faria Lima.

Você realiza o movimento pendular? Com qual frequência? Ou está trabalhando em casa?

Se você está trabalhando em casa, confira a matéria exclusiva que fizemos com dicas de 5 eletrônicos para o home office e garanta um espaço de trabalho saudável.

Conte-nos nos comentários qual é a sua experiência com os deslocamentos para o trabalho!