Condomínios para a vida real: Parcerias e consultorias especializadas contribuem para projeto mais eficiente

Condomínios para a vida real: Parcerias e consultorias especializadas contribuem para projeto mais eficiente
Carolina Scordamaglio

Por Carolina Scordamaglio

21 fevereiro 2019

Colaboração entre incorporadoras, administradoras e consultorias especializadas na concepção de projetos aproximam condomínios das necessidades reais do usuário.

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Surgem nos anos 80, no Rio de Janeiro e em São Paulo, os primeiros exemplares do que seriam chamados “condomínios-clube”. Nos anos 2000, o momento econômico e a favorável legislação de uso e ordenação do solo fizeram com que esse modelo se consolidasse.

A proposta oferece muitos benefícios ao morador, o primeiro deles é a segurança. Com o aumento da violência urbana, muda-se o comportamento do cidadão e sua maneira de se relacionar com a cidade. O uso do espaço público passa a ser substituído pelo lazer entre muros e o público agora tem acesso à variadas opções sem precisar sair de casa.

O filho, que já não pôde desfrutar das brincadeiras de rua, agora pode brincar “lá fora” e socializar com outras crianças. A verticalização e o adensamento característicos desse modelo podem até gerar o desconforto da falta de privacidade, mas possibilitam um valor reduzido de condomínio. Ou seja, segurança e lazer por um preço acessível.

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Lazer de clube do Martese, na Vila Leopoldina, em São Paulo

Todos esses fatores contribuíram para que esse modelo de moradia se tornasse um grande sucesso. Na tentativa de se destacar, os projetos se tornaram cada vez maiores e mais mirabolantes, oferecendo espaços para pet care, garage band, praia artificial, entre outros.

No entanto, nem sempre a experiência de uso é tão incrível quanto o ideal vendido. Na busca em tornar o produto mais atraente e exclusivo o projeto pode, por vezes, ignorar fatores elementares como perfil do público e até funcionalidades básicas de um condomínio, gerando transtornos aos futuros usuários.

Redário, espaço mulher, tenda zen e outras propostas inovadoras muitas vezes acabam não conquistando a adesão dos moradores, o que resulta em áreas desperdiçadas e desnecessários custos de manutenção.

Em entrevista à Folha de São Paulo, Hubert Gebara, vice-presidente de administração imobiliária e condomínios do Secovi, dá um exemplo: “Venta muito em alguns bairros da zona sul de São Paulo, mas insistem em colocar a piscina na cobertura. O espaço fica ocioso”.

Vagas de garagem inutilizáveis, guaritas mal posicionadas e lixeiras subdimensionadas são mais alguns exemplos de problemas cotidianos enfrentados por condomínios e administradoras.

Vivência aplicada ao projeto

Hubert Gebara, que também é diretor de uma administradora, defende que empresas do ramo atuem em parceria com as incorporadoras. A proposta é levar o know-how obtido no dia a dia dos condomínios e as experiências reais de uso dos moradores para a concepção de novos projetos, a fim de diminuir problemas e gastos com adequações pós-obra.

A Quality Soluções Esportivas é mais um exemplo do que parece ser uma nova tendência. Além de oferecer um serviço de consultoria de esportes em condomínios, oferece também consultoria pré-projeto.

“Muitos condomínios vinham com equipamentos ou detalhes inadequados, como a localização da raia das piscinas ou da quadra. Essa assessoria ajuda a preparar o local e a economizar dinheiro com futuros problemas de um lugar mal projetado. ”

Caroline Leal, arquiteta da Momentum Empreendimentos Imobiliários, vê de maneira muito positiva a participação das administradoras na concepção de projetos imobiliários:

“Consultamos administradoras de condomínios já entregues para saber o que funcionou e o que devemos repensar. Elas participam de cada detalhe”. Para Caroline, é importante manter o canal aberto entre incorporadora e usuário final. ”O setor de marketing nos traz as demandas e questões levantadas pelos clientes nos stands e pontos de venda. Levamos tudo em consideração.”

Para atender às demandas do estilo de vida contemporâneo o projeto não pode ignorar os avanços da tecnologia e sua presença massiva na vida das pessoas. É o que defende a arquiteta de incorporação Lorea Durana. Fruto de parceria entre incorporadora e administradora, ela fala da implantação de aplicativos que facilitem o uso dos serviços condominiais, como a compra online de fichas para a lavanderia e notificações no celular que indiquem a chegada de uma nova carta na caixa de correios.

“Antes as pessoas faziam menos coisas no mesmo tempo. Hoje os empreendimentos precisam pensar em espaços multiuso, enquanto o morador faz uso da lavanderia utiliza o Wi-Fi para responder e-mails”, completa Lorea.

Carolina Scordamaglio
Conteúdo criado por:Carolina Scordamaglio
Arquiteta, pós graduada em Negócios Imobiliários, apaixonada por comunicação e por tudo que envolva o verbo morar.

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