Biblioteca Brasiliana – Que prédio é esse?
Por Victória Baggio
10 novembro 2021
O Brasil possui tesouros nacionais materializados das mais diversas formas, como praias e lugares paradisíacos, espécies de animais nativos, edifícios e documentos históricos; conhecê-los de perto é um verdadeiro privilégio. A Biblioteca Brasiliana é um belo exemplo de um lugar que conta com um tesouro nacional de livros, documentos e objetos únicos, além de ser um edifício cuja arquitetura contemporânea merece a visita.
Inaugurada em 2013, a Biblioteca Guita e José Mindlin (BBM) é um edifício de mais de 20 mil metros quadrados, localizado no campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP). O projeto de arquitetura dos escritórios Mindlin Loeb + Dotto e Eduardo de Almeida Arquitetos já, inclusive, ganhou prêmios, como o de melhor obra na categoria Arquitetura, pela Associação Paulista de Críticos da Arte (APCA).
Conheça, a seguir, sobre a história, o acervo e a arquitetura da Biblioteca Brasiliana, em São Paulo, e descubra lugares incríveis para aproveitar um dia com muita inspiração e tranquilidade.
Os tesouros da Biblioteca Brasiliana
Para explicar a história da Biblioteca Brasiliana, é necessário falar sobre a origem de seu acervo principal, um tesouro nacional privado, que, a partir da criação do edifício, tornou-se público, acessível a estudiosos e interessados, além de mantê-lo nas condições ideais para sua conservação. Feito de relevante ênfase no Brasil, onde ainda vemos muitos acervos importantes a nível nacional, em situações precárias e quase inacessíveis.
A correta conservação e disponibilização de acervos de caráter público, tanto presencialmente quanto de modo digital, é algo necessário que se faz urgente. Por isso, a construção da Biblioteca Brasiliana nasce como um exemplo a ser seguido, inspirando demais fundações.
A Biblioteca está composta por duas coleções: a primeira, um expressivo conjunto de livros e manuscritos reunidos ao longo de mais de 80 anos pelo bibliófilo José Mindlin e sua esposa Guita, e a do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), da USP.
A coleção de Mindlin conta com mais de 30 mil títulos que correspondem a cerca de 60 mil volumes. Parte disso foi uma doação do bibliófilo e bibliotecário Rubens Borba de Moraes, importante intelectual que doou sua biblioteca ao casal Mindlin.
O tesouro da Biblioteca Brasiliana, até o momento, contém obras de literatura, história, manuscritos literários, relatos de viajantes, mapas, periódicos, livros científicos, didáticos e de artistas, a partir dos quais se pode compreender de maneira profunda a história e a cultura do País.
Como se já não fosse o suficiente, a Brasiliana parte do conceito de ser uma biblioteca viva, cujo acervo se expande ao longo do tempo a partir da aquisição de demais títulos e coleções em relação às temáticas iniciais do acervo.
Além disso, a Biblioteca Brasiliana apresenta um compromisso não apenas de conservar o acervo, mas de divulgá-lo e facilitar seu acesso a estudantes, pesquisadores e público em geral, com o objetivo de promover a disseminação dos estudos de temas brasileiros, atuando como um centro interdisciplinar de documentação, pesquisa e difusão científica de estudos nacionais, também como da cultura literária e da tecnologia da informação.
A arquitetura da Biblioteca Brasiliana
José Mindlin, 11 anos antes de falecer, confiou ao neto Rodrigo Mindlin Loeb e ao amigo Eduardo de Almeida o projeto para a biblioteca que abrigaria sua coleção de livros doada à USP.
O projeto do complexo Biblioteca Brasiliana parte de alguns conceitos principais: a visão do acervo a partir de todo o edifício, a sustentabilidade e a durabilidade do espaço construído.
Assim, o edifício nasce de um recurso bastante utilizado na arquitetura paulista, o vão, o espaço vazio, de grandes dimensões, coberto, capaz de abrigar as mais variadas ocupações, numa praça como o coração do espaço.
A partir desse extenso vazio, como volumes soltos, surgem os elementos construídos, o programa do edifício propriamente dito, o acervo, a biblioteca, a livraria, o auditório.
A cobertura que une todos os espaços permite a entrada de luz natural indireta através de um lanternim, banhando o espaço de iluminação constante, possibilitando economia energética.
Permeabilidade e fluidez espacial caracterizam o edifício, onde o limite entre exterior e interior é difuso, e, desde “dentro”, vislumbra-se a paisagem natural verde que rodeia o complexo.
O acesso principal à Biblioteca é feito pela Avenida Professor Luciano Gualberto, a partir de uma suave rampa, que relaciona cota alta e baixa, criando um caminho entre a avenida e a rua posterior. Assim, o edifício também é utilizado como percurso interno do campus da universidade, criando novas relações e permitindo novas espacialidades.
O vazio espacial aparece novamente no volume do acervo, de planta quadrada com um vazio perimetral, os livros se encontram em estantes escuras em três andares. O térreo, livre, dá a impressão de que os livros estão flutuando no espaço. Um modo de expor o conjunto de obras literárias de importante valor, que faz com que o acervo adquira peso e relevância a simples vista. O espaço onde o tesouro é revelado ao público de maneira elegante e silenciosa.
Espaços para desfrutar
Além de visitar e consultar a biblioteca e o acervo do Complexo Brasiliana, o edifício conta com uma série de espaços para desfrutá-lo.
Para conhecer mais sobre literatura brasileira, da clássica à contemporânea, e até mesmo levar um exemplar para casa, é possível encontrar a Livraria da Edusp, que conta com títulos próprios bastante interessantes.
O volume de planta circular dá lugar ao Auditório István Jancsó, onde acontecem eventos variados, como palestras, seminários e espetáculos.
Além disso, o complexo conta com uma sala de exposições, que recebe temporariamente eventos diversos de arte, e uma agradável cafeteria, ideal para concluir um dia inspirador na Biblioteca Brasiliana.
Visite a Biblioteca Brasiliana
A Biblioteca Brasiliana é um espaço público da cidade de São Paulo, aberto para estudiosos, interessados e curiosos, como um espaço de aprendizagem, convivência e valorização da história e da cultura nacional.
Confira a seguir informações úteis sobre o complexo e planeje sua visita!
Entrada livre
Horário do edifício: de segunda a sexta, das 8h30 às 18h30; aos sábados, das 9h às 13h; e domingos e feriados: fechado.
Endereço: Complexo Brasiliana, Rua da Biblioteca, R. Cidade Universitária, n° 21, São Paulo – SP, 05508-065
Telefone da Biblioteca Brasiliana: (11) 2648-0840
Contato: bbm@usp.br
Mapa da Biblioteca Brasiliana
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